20120131

Se o mundo acabar quando eu estiver dormindo,
fico pra sempre presa no meu sonho?

E se o mundo acabar quando eu estiver sonhando
com o próprio fim do mundo, anula fim com fim
e eu fico pra sempre num mundo sem fim?
AS PALAVRAS ME PALAVRAM.

20120121

quase-vômito

não sou lá muito de polêmica helênica barbárica ou qualquer afronta às quase bandeiras ou qualquer bandeira às quase afrontas, mas tenho ódio elefântico de preconceito sem sentido de gente das cavernas cibernéticas das badernas noturnas diurnas viróticas das bobagens de critérios idiotizáveis insuportáveis inaceitáveis em naves em níveis quaisquer que forem quaisquer que vivam quaisquer que queiram ser presentes ausentes ou outra coisa bendita maldita finita restrita ou cabrita erudita. não me interessam pessoas inoportunas parentes serpentes e vertentes cujo expoente crente de sabedoria avisa náuseas cerebélicas sérias de asco noturno a longa distância. sem mais, menos sono sino tino ou regalia frenética involuntária patética de palavras lúgubres insalubre cuspe das duas horas.

20120114

Novelas, saladas e jornais de papel, ando meio cheia de tudo, seja barata, batata ou revista, pilha de livro ou prato de comida, ando meio vazia de tudo, tentando encher com chuva e suco de chuvisco.

20120103

até que a mordida seja passada adiante, nada restará ao desgaste provocado pela ventania que, simultaneamente aos pensamentos arredondados dos solstícios, aborrece as redundâncias gramaticais: atinge-as de modo que todos os pássaros avoados, assim como os gatos que adormecem com convicção sobre os parapeitos, silenciam por meses a fio, a plano e a volume. queridos salamaleques dos meios-dias, margaridas, floras e letícias: todos convocados a esclarecer os fatos que não os fazem abrir os olhos, de tanto que acontece por baixo das pálpebras: oceanos transbordam pequenas coisas que não suas águas, humanos falam alguns lírios que não palavras, gatos andam em círculos que nem cachorros que apertam os olhos com força, vírgulas vivem juntas para se fazer de reticências, joões-de-barro sentam nas janelas, fabricantes de algodão, de pão sírio ou de ilustrações ilustres estupendas palpitantes translúcidas faiscantes pelúcias ou plastificantes são gratos pela sequência de chuvas. vento-chuva-vento-chuva. como ponto-e-vírgula: vírgula-vírgula-vírgula; ou gárgula: gárgula-gárgula-gárgula.